MULHER DO REINO: O FRUTO DA MULHER DO REINO - POSSIBILIDADES - PARTE 2

A MULHER DO REINO E SUA VIDA FAMILIAR

Enquanto participavam de um seminário sobre a comunicação no casamento, Tom e sua mulher, Grace, ouviram o instrutor dizer: “É muito importante que o marido e a esposa conheçam as coisas que são importantes para cada um deles”.
O instrutor dirigiu-se a Tom:
— Você é capaz de descrever a flor favorita de sua mulher?
Tom inclinou o corpo, tocou o braço da esposa carinhosamente e sussurrou:
— É a que fica bem em vasos, não é?
Embora seja costume dizer que os casamentos são feitos no céu, esquecemos que alguns são cheios de trovões e relâmpagos. Esta frase é atribuída a Sócrates: “Meu conselho é que você se case. Se encontrar um bom cônjuge, será feliz; se não encontrar, você se tornará um filósofo”.
O casamento e a família são frequentemente considerados sublimes, mas muitas pessoas passam a entender que, não raro, ele pode ser transformado em uma provação quando as duas partes não vivem de acordo com os princípios de Deus. As estatísticas em geral dizem que, nos Estados Unidos, a porcentagem de casamentos que terminam em divórcio gira em torno de 50%. E grande parte dos outros 50% só se mantêm por motivos que não se referem ao relacionamento conjugal: conveniência, finanças ou filhos. Portanto, com base nessa realidade, quero lhe fazer uma pergunta: se 50% de todos os aviões caíssem, não seria melhor tomar um cuidado especial antes de voar?
Pense nisto. Se você soubesse que um a cada dois aviões sofre acidente, faria uma investigação antes de voar — pois não desejaria sofrer essa fatalidade. No entanto, muitos casamentos terminam em divórcio, e continuamos a ver pessoas correndo ao altar para se casar, quase sempre levadas pela emoção. Como diria a comediante Minnie Pearl, essas pessoas descobrem rapidamente que “o casamento é muito parecido com uma banheira de água quente. Assim que você se acostuma com a água, ela já não parece tão quente”.
O entendimento bíblico acerca da natureza e do propósito do casamento é essencial para se alcançar um ambiente familiar frutífero. Há mais que sentimentos dentro do casamento. Há um chamado, a ambos os cônjuges, para impactar o mundo em favor do reino de Deus e glorificar ao Senhor em tudo.
Uma de minhas tarefas mais prazerosas enquanto meus filhos moravam conosco era levá-los à escola todos os dias. Eu gostava disso porque nos dava a oportunidade de ficar juntos no início de cada dia, estabelecia uma rotina matinal de conversas e troca de ideias e, principalmente, nos permitia tomar o café da manhã juntos.
Agora que todos eles são adultos, não deixo passar um dia sem ver um de meus filhos ou de conversar com eles por telefone. Penso que grande parte disso tem a ver com aquele hábito de passar um tempo juntos no café da manhã, dirigir o carro até a escola, fazer os deveres de casa à noite e sentar à mesa para jantar. Aqueles momentos estabeleceram uma conexão que dura até hoje.
Um dos aspectos interessantes de levar os filhos à escola é que sempre há um esquema razoavelmente elaborado para deixá-los lá. Talvez você saiba do que estou falando. Todas as vezes que vemos centenas de carros e pais parados na fila diante da escola, com os mesmos propósitos e o mesmo destino, mas vindos de direções diferentes, sabemos que há necessidade de uma boa organização para deixar e pegar as crianças em um curto espaço de tempo. Há faixas para descer do carro e para entrar nele, e também outras para entradas e saídas da escola.
E mais: há sempre um policial na rua para dirigir o tráfego. Ora, os carros são muito mais robustos que o policial. São maiores que o policial. Andam mais rápido que o policial. Podem até atropelar o policial. Mas, quando o policial levanta a mão, os carros param. Quando o policial movimenta a mão, os carros seguem em frente. Os motoristas fazem o que o policial ordena. Fazem isso porque ele foi investido de autoridade para dirigir o trânsito, que se tornaria um caos se centenas de carros transportando centenas de crianças tentassem chegar exatamente ao mesmo tempo.
Deus responde
Outro exemplo de caos foi o Onze de Setembro. Aquele dia afetou cada um dos norte-americanos de maneira diferente, mas o que todos experimentamos em comum foi o conhecimento de um conceito novo — o terrorismo — que veio para a parte frontal de nosso cérebro. O incidente também aumentou nossa conscientização para apreciar mais o tempo que passamos com nossos queridos e familiares. Foi uma afronta que nos fez agir, como nação, contra o terrorismo. No entanto, apesar dos esforços para promover a paz e a estabilidade nas áreas que carecem disso, os terroristas continuam a tentar criar o caos. Eles sabem que, se conseguirem manter o caos, poderão limitar o progresso da liberdade e da força, tão estimados nos Estados Unidos.
Satanás tem o mesmo objetivo em mente quando vê que sua vida é poderosa como mulher do reino. Ele tenta promover uma agitação para que você não encontre ordem, paz e harmonia em seu progresso como mulher do reino. A situação seria semelhante se os motoristas dos carros de onde saem as crianças para a escola decidissem agir por conta própria, isto é, optassem por não parar quando o policial levantasse a mão, resolvessem seguir na faixa errada ou na direção errada, não reduzissem a velocidade. Qualquer uma dessas infrações, mesmo que cometida por apenas alguns carros — ou mesmo por um só carro — criaria problemas para todos os que estivessem tentando deixar os filhos na escola.
Satanás sabe que, se quiser anular sua capacidade de administrar as coisas, terá de destruir a ordem e causar confusão e dissensão à sua volta. Satanás sabe que pode dominar tudo aquilo que ele é capaz de dividir. E ele nos confunde porque sabe que Deus trabalha em um contexto de unidade. Satanás busca eliminar Deus da equação e, para isso, divide os que estão sob o domínio divino. Uma das artimanhas que ele usa para fazer isso na vida de uma mulher é embaralhar a harmonia estabelecida por Deus.
Quando criou o homem e a mulher, Deus estabeleceu uma harmonia entre ele próprio e o casal, bem como entre o homem e a mulher. Eva foi criada como complemento, ou auxiliadora, de Adão, mas a responsabilidade final era do homem. Sabemos disso porque, apesar de ter sido Eva a parte enganada, que comeu do fruto em primeiro lugar, Deus procurou Adão no jardim para responsabilizá-lo pela ação de ambos. Deus não disse: “Adão e Eva, onde vocês dois estão?”. Ele disse: “Adão, onde está você?”.
Conforme vimos no primeiro capítulo deste livro, a língua original que descreve Eva a retrata como uma firme parceira de Adão. Eva foi criada para proporcionar ajuda firme na posição de auxiliadora. Devia auxiliar em todos os sentidos da palavra. Como vimos antes, Deus valoriza as mulheres de tal forma que diz especificamente aos homens que não ouvirá suas orações nem responderá a elas se eles não honrarem a esposa (1Pe 3.7). Quando Deus deu a Adão e Eva ordem de dominar a criação, as bênçãos resultantes da obediência a essa ordem deveriam recair sobre ambos. Na verdade, Deus não abençoaria apenas o homem, deixando a mulher de fora, porque a bênção foi destinada aos dois.
As mulheres foram criadas para ser um componente essencial no cumprimento da ordem divina, e prova disso é que Satanás recorreu a Eva em primeiro lugar para tentar quebrar tal ordem. Ele sabia que, se conseguisse convencê-la, seria mais fácil convencer Adão. E Satanás estava certo. Ao reverter os papéis estabelecidos por Deus, Satanás introduziu o caos no jardim, onde antes havia paz. No fundo, Satanás convenceu Eva a sair da faixa certa. Em consequência disso, Adão e Eva saíram da faixa e perderam a capacidade de dirigir (ou administrar) o mundo em que viviam. Em vez de apreciar as bênçãos que Deus prometera, justamente aquilo que por si só já seria uma bênção — isto é, a terra que produzia fruto e folhagem — transformou-se em maldição.
Muitas pessoas vivem hoje a tensão do caos porque não se posicionam nas faixas indicadas por Deus a fim de apreciar tudo o que ele planejou para elas. Isso exerce influência sobre elas e também sobre todos à sua volta.
No Novo Testamento, esse caos que Satanás deseja introduzir na vida dos cristãos chama-se “mistério da iniquidade” (2Ts 2.7). Refere-se à manipulação de Satanás para criar desordem e limitar o poder das bênçãos em nossa vida. A única maneira de contra- atacar os planos de Satanás é harmonizar-se com a ordem determinada por Deus, porque, dessa forma, você invocará a proteção e a bênção divinas.
A bem da verdade, quando você toma decisões com base na harmonia determinada por Deus, descobre que ele sabe exatamente como atender às suas necessidades. A Bíblia diz que o Senhor honra aqueles que o honram (1Sm 2.30) e que, se você entregar a ele seu caminho — decisões, ações e coração —, “ele atenderá aos desejos do seu coração” (Sl 37.4). Você não precisa tentar fazer manobras para consegui-los.
Não precisa tentar ir atrás, correr em volta ou passar por cima de seu marido para alcançá-los. A maneira mais garantida de receber as bênçãos e o poder de Deus em sua vida é respeitando seus mandamentos, confiando nele de todo o coração, pois ele se preocupa com você.

Ordem divina
A principal passagem bíblica acerca da ordem divinamente estabelecida encontra-se em 1Coríntios e envolve esse conceito de submissão. Paulo destacou essa realidade no contexto de uma igreja indisciplinada, localizada no centro da devassa Corinto do século primeiro.
Se você já leu 1Coríntios, sabe que a igreja de Corinto não primava por santidade. Não havia ordem nenhuma. Tudo era caótico. E esse ambiente fez surgir divisão, mágoa e decepção dentro da igreja. Em razão do caos, Paulo se dirigiu aos cristãos de Corinto para tratar da premissa básica que sustenta todas as coisas.
Isso poderia ser comparado à forma como um pai se dirige aos filhos quando se tornam indisciplinados. O pai explica o fundamento: “Quem manda aqui sou eu”. Paulo queria lembrar à igreja indisciplinada de Corinto quem estava no comando — Deus — e quais eram as ordens divinas; portanto, escreveu isto a eles, conforme vimos no capítulo 7:

Tornem-se meus imitadores, como eu o sou de Cristo. […] Quero, porém, que entendam que o cabeça de todo homem é Cristo, e o cabeça da mulher é o homem, e o cabeça de Cristo é Deus.
1Coríntios 11.1,3
Paulo não fez rodeios. Não dourou a pílula. Foi muito claro. Quando estabeleceu a ordem das coisas, Deus não a escondeu em lugar de difícil acesso. Afirmou claramente:
1. O homem é o cabeça da mulher.
2. Cristo é o cabeça de todo homem.
3. Deus é o cabeça de Cristo.
Antes de prosseguir, quero lhe dizer que este é um assunto muito delicado. Confie em mim, eu sei. Conforme disse antes, tenho aconselhado homens e mulheres há muito tempo, e a questão da liderança e da ordem é um ponto muito complexo. Portanto, antes de tudo quero deixar algo bem claro: Ordem não tem nada a ver com igualdade. Tem tudo a ver com eficiência na respectiva função.
Jesus é igual a Deus. No entanto, embora Jesus seja igual a Deus em sua essência, ele não era igual a Deus em sua função na terra. Quando veio ao mundo, Jesus afirmou: “Pois desci dos céus, não para fazer a minha vontade, mas para fazer a vontade daquele que me enviou” (Jo 6.38). Disse também: “A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou e concluir a sua obra” (4.34). Jesus submeteu-se ao Pai a fim de cumprir sua função na terra e, ao mesmo tempo, era igual ao próprio Pai (Fp 2.6).
Deus sempre trabalha dentro de determinada estrutura. Em outras palavras, você não pode se envolver com Deus se criar uma estrutura própria. Satanás dirigiu-se a Eva para reverter uma ordem dada por Deus porque sabia que, se conseguisse desencaminhar Eva, os dois, Adão e Eva, se distanciariam de Deus (Gn 3). Quando os papéis são trocados, as portas do inferno se escancaram.
Entendo que, às vezes, as pessoas se confundem e acham que função significa desigualdade e, por isso, degradam e desrespeitam as mulheres. A Bíblia não diz nada disso. É por essa razão que as Escrituras dizem que a mulher é co-herdeira, isto é, uma parceira com direitos iguais (1Pe 3.7).
Há uma diferença entre igualdade de ser e igualdade de função. As pessoas não têm a mesma função. Embora toda mulher casada seja igual a seu marido como um ser, ela não é igual ao marido na função. Quando estamos dentro da função a nós determinada, Deus tem liberdade para enviar as bênçãos de seu reino a nós e por meio de nós.
Ora, eu sei que algumas de vocês estão dizendo: “Mas, Tony, e se meu marido não for um homem do reino? E se ele não for submisso a Deus? O que devo fazer?”. A resposta é simples: submeta-se à Palavra de Deus e à vontade divina enquanto ora por seu marido para que ele também se submeta ao Senhor. Conforme vimos antes, Zípora é um excelente exemplo bíblico de uma mulher cujo marido, Moisés, não obedeceu à vontade de Deus em certa situação. Deus instruíra Moisés a circuncidar seus filhos, porém Moisés não lhe obedeceu. Em consequência disso, o Senhor irou-se contra Moisés a ponto de decidir matá-lo. Sabendo disso, Zípora interveio e cumpriu o mandamento divino.
Deus desviou sua ira de Moisés porque Zípora interveio em favor do marido. Submissão significa sujeitar-se “como ao Senhor” (Ef 5.22). O Novo Testamento diz o seguinte a respeito do exemplo de mulheres do reino: “Pois era assim que também costumavam adornar-se as santas mulheres do passado, que colocavam sua esperança em Deus. Elas se sujeitavam cada uma a seu marido” (1Pe 3.5).
Submissão significa que o homem ocupa uma posição de autoridade, mas nunca de autoridade absoluta. Por exemplo, Deus não pede que você se submeta a agressão física ou verbal. Quando um homem deseja machucar uma mulher com sua força física ou com palavras, ela não deve se submeter a isso.
Aquilo que Paulo escreveu a respeito de submissão não se aplica apenas às mulheres. Ele escreveu que Cristo é o cabeça de todo homem. O homem deve se submeter a Jesus Cristo a fim de abrir as comportas das bênçãos de Deus sobre sua casa. Se você é casada com um homem que não se submete a Deus, Pedro explica o poder que você, como mulher do reino, pode ter nessa situação: “Do mesmo modo, mulheres, sujeite-se cada uma a seu marido, a fim de que, se ele não obedece à palavra, seja ganho sem palavras, pelo procedimento de sua mulher, observando a conduta honesta e respeitosa de vocês” (1Pe 3.1-2).
Como mulher, você tem o poder de influenciar seu marido por meio do que faz. Conforme vimos no caso de Zípora, Deus observa. Isso não quer dizer que você nunca deva se manifestar. Os versículos falam mais de um espírito tranquilo. A verdade continua a ser a verdade, e todos os cristãos são chamados a falar a verdade com amor. Todo homem é responsável perante Deus, por isso é correto encorajá-lo em sua função e para que tenha uma vida submissa ao Senhor.
Uma forma prática de influenciar seu marido é encorajá-lo a ler o livro Kingdom Man [Homem do reino] com você. Nesse livro, falo objetivamente a respeito da função do marido no lar. Às vezes, os homens ouvem outros homens com mais facilidade do que ouvem as mulheres. Se não for possível ler Kingdom Man, incentive-o a ler outros livros que incentivam o crescimento espiritual ou ouvir ensinamentos bíblicos em um CD ou pela internet.
Muitas mulheres têm dificuldade com a submissão porque pensam: “Sou mais esperta que meu marido. Ganho mais dinheiro que meu marido. Tenho mais instrução que meu marido. Tenho mais bom senso que meu marido. Não posso ser submissa a ele”. Bom, suponhamos que um motorista de um caminhão de dezoito rodas esteja tentando entrar na rodovia principal. Digamos que haja um carro comum trafegando na rodovia. O caminhão precisa se render. Ora, o caminhão pode ser maior que o carro, mas o carro tem preferência.
Será que o motorista do caminhão poderia dizer: “Sou maior que você, por isso você deve parar na rodovia para eu entrar”? Se houver um acidente, o erro será do motorista do caminhão. Embora o caminhão seja maior e mais pesado, estará infringindo a lei.
Submissão não tem nada a ver com tamanho. Submissão não tem nada a ver com grau de instrução, renda ou sucesso. Tem tudo a ver com a ordem determinada por Deus. Quando a ordem é seguida, abre os canais para que o poder do reino de Deus possa fluir.
Educando filhos do reino
Muito se pode dizer sobre a educação de filhos do reino. Instruir a próxima geração de homens e mulheres do reino é uma das maiores responsabilidades de um pai ou uma mãe. Embora nem todas as mulheres tenham passado pela experiência de ter filhos biológicos, muitas que nunca deram à luz adotaram parentes, membros da igreja ou
vizinhos, ou se tornaram mães espirituais dessas pessoas. Em certo grau, todos exercemos a função de pai ou de mãe. As mães solteiras, em particular, se sentem assoberbadas com a missão de tentar atender a todas as necessidades básicas dos filhos.
A Bíblia diz o que acontece quando a educação dos filhos não se baseia nos princípios do reino. Haverá maldição: “O jovem se levantará contra o idoso, o desprezível contra o nobre” (Is 3.5). A cultura inteira— a nação como um todo — sofre quando os filhos não são educados corretamente. Educar filhos do reino não é algo que se faz com vistas a ter uma velhice tranquila. Educar filhos do reino é um componente essencial para a preservação da cultura contra a decadência moral e espiritual.
Por que Deus deseja que você tenha filhos? Bem, posso dizer um motivo para Deus não querer: Deus não está tentando criar seres parecidos com você. Não é esse o objetivo dele. O objetivo de Deus é que os homens do reino e as mulheres do reino criem filhos do reino que reproduzam a imagem dele na terra. Deus quer seres parecidos com ele. O propósito dos filhos está na reprodução da imagem de Deus entre a humanidade, por toda a terra, para que promovam seu reino.
Os filhos têm um motivo espiritual para existir, e não apenas um motivo biológico, físico ou familiar. Deus quer que os pais transmitam a visão de mundo teocêntrica — centrada em Deus — para os filhos. Educar filhos do reino significa dar a seus filhos uma perspectiva do reino, para que eles alinhem suas decisões com a vontade divina. Isso, por sua vez, glorificará a Deus, porque, assim, eles refletirão o domínio do Senhor sobre a terra.
Educar filhos com uma perspectiva do reino é amá-los plenamente. Amar não significa comprar jogos eletrônicos, roupas ou brinquedos. Não há nada errado em comprar essas coisas para seus filhos, mas o que eles necessitam verdadeiramente é aprender a ser responsáveis, pacientes, trabalhadores e pessoas de mente espiritualizada. Esses são os melhores presentes de amor que você pode dar a seus filhos, pois essas características os capacitarão a ter sucesso na vida.
E aqui vai uma observação para as mães solteiras: haverá ocasiões em que você sentirá que não pode ser tudo para seus filhos. É bem provável que você trabalhe para poder pagar as contas, e seu tempo é limitado. No entanto, Deus a ajudará a fazer o melhor possível para você ser uma influência positiva na vida de seus filhos. Sejam quais forem suas circunstâncias, seu objetivo ainda é prepará-los para um dia serem homens do reino e mulheres do reino.
Nunca subestime o poder de uma mulher do reino como mãe. Por exemplo, a Bíblia diz que o pai de Timóteo rejeitou a Deus. Timóteo não teve um homem do reino como pai. Mesmo assim, serviu a Deus fielmente, graças aos ensinamentos e incentivos recebidos de sua mãe e de sua avó. Ensinar os filhos a serem seguidores consagrados de Jesus Cristo, embora o pai ou as pessoas ao redor deles não o sejam, é uma das coisas mais importantes que você pode fazer como mãe.
Paulo ensinou que as mulheres do reino devem estar “ocupadas em casa” (Tt 2.5). Um dia, uma filha estava folheando o álbum de fotografias da família em companhia do pai e da mãe quando deparou com as fotos do casamento deles. Ela olhou para o pai e perguntou: “Papai, quando você se casou com a mamãe, foi nesse dia que a trouxe para casa para trabalhar para você?”. Ora, sei o que você deve estar pensando: “Tony, eu cursei faculdade da mesma forma que ele. Para dizer a verdade, tenho mais diplomas que ele. Posso ganhar mais dinheiro que ele. Por que tenho de trabalhar em casa se posso trabalhar melhor que ele fora de casa?”.
Minha resposta é simples: Tito 2.3-5 deixa claro que a mulher do reino não deve trocar a família por uma carreira profissional. A passagem não diz que você não pode ter uma carreira profissional — ou até mesmo uma carreira bem-sucedida. Ocorre que a carreira profissional não deve chegar ao ponto de prejudicar o cuidado com sua família e seu lar.
Se sua casa nunca está limpa porque suas prioridades fora dela consomem seu tempo e energia, você precisa reavaliar suas prioridades. Conforme vimos quando analisamos a mulher de Provérbios 31, cuidar da casa não significa que você não possa ter sucesso em outro lugar. Significa simplesmente administrar a casa de tal maneira que cada pessoa esteja em condições de viver para o reino. A mulher do reino adquire uma importância suprema quando educa a geração seguinte de acordo com os princípios e preceitos de Deus.
Honrar sem medo
O Antigo Testamento fala de uma mulher do reino, Sara, que durante décadas desejou ser mãe. Sara e Abraão passaram anos tentando ter filhos. Você conhece a história: ambos eram idosos e não haviam gerado nenhum bebê. Graças à decisão de honrar a Deus honrando Abraão destemidamente, Sara foi abençoada e gerou um filho depois de velha.
A submissão de Sara a Abraão, mesmo em meio ao sofrimento de não poder gerar filhos, é apresentada como uma das melhores ilustrações de como a mulher do reino deve viver: “como Sara, que obedecia a Abraão e o chamava de senhor. Dela vocês serão filhas, se praticarem o bem e não derem lugar ao medo” (1Pe 3.6).
Além de ser submissa a Abraão, Sara o honrava como “senhor”. Honrar seu marido é uma das coisas importantes e mais poderosas que você pode fazer como mulher do reino. Você deve ser a maior torcedora de seu marido. Quer concorde com ele, quer discorde dele, ao honrá-lo você está lhe dizendo que respeita a posição a ele destinada. E, ao honrar seu marido, você também atrai a atenção favorável de Deus.
Conforme expliquei antes, submissão não implica silêncio nem significa que você não tenha determinação e cérebro para pensar. Até Jesus expressou seus pensamentos e sentimentos a Deus. Submissão, contudo, significa estar disposta a ser submissa à autoridade de outra pessoa, desde que essa autoridade não exija que você desobedeça a Deus.
Nenhum homem, nem mesmo seu marido, tem autoridade absoluta sobre você. O marido tem uma autoridade relativa porque, no momento em que ele parar de ser submisso ao Senhor, comprometerá a autoridade que tem sobre você. É por isso que você deve obedecer mais a Deus que ao homem. Submissão é simplesmente respeitar uma função quando a pessoa que ocupa essa função respeita a Deus. Quando você vê a submissão por esse ângulo, deixa de ter medo dela.
Um dos motivos pelos quais as mulheres de hoje não recebem o milagre que esperam para sua vida é porque não optaram por honrar o marido na função que Deus atribuiu a ele. Sara, contudo, chamava Abraão de “senhor” — honrando a função dele em sua vida — e por isso recebeu o milagre. Ela engravidou e deu à luz Isaque. A submissão de Sara a levou a receber um milagre, e ela se tornou a manifestação visível do que Davi escreveu no salmo 128: “Sua mulher será como videira frutífera em sua casa” (v. 3). Além de ser frutífera espiritualmente — afinal ela passou a fazer parte dos exemplos de fé descritos em Hebreus —, Sara foi frutífera fisicamente, pois deu à luz em uma idade em que isso não era mais possível. Portanto, não permita que sua falta de submissão a impeça de receber um milagre.
O princípio da submissão que se aplicou a Sara aplica-se também a você. E, quando você honra esse princípio, vê Deus honrá-la de maneira tal que nem sequer é capaz de imaginar. Deus é tão eficiente em ser Deus que não necessita de matéria-prima para criar um milagre. Deus “chama à existência coisas que não existem” (Rm 4.17), conforme fez com Isaque em um ventre estéril e sem vida. Ele pode pegar coisas vazias e dar-lhes vida. Pode pegar um ventre inerte e intervir milagrosamente a ponto de abrigar um ser vivo.
Na verdade, ele pode pegar um futuro estéril e torná-lo vivo. Ou avivar uma carreira profissional estéril, um sonho estéril, um coração estéril. Deus é mestre em dar vida àquilo que aparenta ser infrutífero. Se você tem uma esperança estéril, um casamento estéril ou um sonho estéril, honre a Deus como mulher do reino e veja-o trabalhar em seu favor. Se é solteira há muito tempo, talvez tenha desistido de acreditar que seu futuro marido esteja em algum lugar por aí. Conforme dissemos no capítulo 9, você não precisa inventar uma forma de conhecer o homem de sua vida. Deus é tão bom no que faz que, se você firmar sua fé nele e parar de procurar soluções humanas para um problema espiritual, ele poderá trazer seu futuro marido diretamente a você. Ele pode criar famílias carreiras profissionais, futuros e vida em lugares aparentemente estéreis. Confie nele.
Você sentirá uma enorme liberdade quando se der conta de que sua maior submissão é estar sob o cuidado e o carinho de Deus.
A mulher do reino trabalha e se submete à lei de Deus sem medo. Se você se submeter a Deus e honrá-lo com base nas diferentes funções que ele estabeleceu no contexto do casamento e da educação de filhos, poderá sentir a presença divina de maneira inimaginável.

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